HINO AO ENCOBERTO


Tu, o Encoberto
Que vens pelo Tejo do Espírito
Através do nevoeiro de mim
Até às margens imaculadas da Consciência

Tu, o Perfeito
Eterno adolescente livre de toda a dualidade
Cujo corpo se esbate
Sobre o Continente Negro, a deusa suprema

Mais poderoso morto que vivo
Mais livre eterno que morto
Vivendo em cada Coração
Habitado pelo Espírito Santo

Tu o profeta do Livre Espírito
Imperador e sacerdote do Quinto Império
Mestre dos Mistérios
Que rasgas o véu da ignorância

Tu, cujo o Lugar é ausência de lugar
Cuja sabedoria dispensa palavras
Mas cujo Amor enche a poesia
Que revelas ao apagar-te

Tu que desdenhas as cortes reais
Bem como os povos enfeudados
Que amas o homem livre
Que celebras a mulher livre

Que encaras o derradeiro Império
Instaurado em cada ser liberto
Que aceitas não ter rosto
Nem máscara, acéfalo

Tu o Rei secreto
Que conheces a Sabedoria
Que permaneces na Graça
Profeta divino da Luz das luzes

Tu que o Fulgor celeste
Revestiu de Glória
Tu és Rei dos mundos exteriores
Monarca dos mundos interiores

A Tua Palavra silenciosa
É ouvida nos corações livres
É teu o grande espelho do Universo
Tu lês nas almas e nos corações
Para melhor revelar o Espírito Livre

Tu, já vindo
Ulisses de regresso a Ítaca
Navegando até ao Tejo
Rio cardíaco
Rio central
No qual se lança
A extensão oceânica

Tu que voltas 
Do Grande Nada
Na multiplicidade das almas
Rei do UM

 DO LIVRO «HINÁRIO AO REI ENCOBERTO» DE «RÉMI BOYER»
  
Fiquem na minha Paz

EU SOU A VOZ DO CORAÇÃO

EU SOU

MARLIZ  

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